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Mais de 30 mil correspondências estariam paradas em Santa Maria, diz sindicato

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Arquivo Diário)
Na cidade, empresa encontra dificuldades para fazer a entrega regular de cartas simples, como faturas

Desde o começo da pandemia, os Correios afastaram do quadro profissional servidores que se enquadram na categoria de grupo de risco, ou seja, aqueles com mais de 60 anos ou com doenças crônicas.Trabalhadores que têm filhos em idade escolar ou residem com pessoas do grupo de risco também haviam recebido o direito de permanecer em casa. Contudo, desde a última terça-feira, uma liminar obrigou esses funcionários a voltar ao trabalho. Apesar do retorno parcial, o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Comunicações Postais de Santa Maria e Região (Sintect) diz que há defasagem histórica no número de servidores e que pelo menos 30 mil cartas simples estão paradas, aguardando entrega na cidade. 

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Conforme Ernani Silveira de Menezes, secretário-geral do Sintect, apenas as correspondências do tipo Sedex ou fax estão sendo entregues com regularidade. Cartas simples, como os boletos e avisos enviados pelo Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) estão retidos. Segundo Menezes, não é possível contabilizar um número exato de cartas atrasadas, mas o volume de caixas paradas permite a estimativa miníma de 30 mil. 

- O número de cartas simples e faturas paradas é muito alto. A empresa fez uma convocação para trabalho neste final de semana, mas pelo que eu vi no depósito, pelo o que nós  conhecemos do trabalho, vai demorar um tempo para regularizar. 

A estimativa do sindicato é que cerca de 15 carteiros estão afastados no momento, em prevenção ao Covid-19. Trabalhadores do atendimento comercial e de setores internos também desfalcam as atividades. É o caso da central de distribuição localizada na BR-287, Faixa Nova de Camobi. Ali, segundo Ernani, a maioria dos servidores faz parte do grupo de risco e precisa permanecer em casa. Apesar do local funcionar das 3h até meia-noite, parando por apenas três horas diárias, os funcionários que seguem trabalhando no local não dão conta da demanda, que consiste em selecionar as correspondências que chegam de fora da cidade. 

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Desde 2011, quando o último concurso para reposição de pessoal na estatal foi realizado, 30 mil servidores da empresa já foram afastados, seja por aposentadoria, seja por licenças médicas, explica Ernani. O serviço, que já enfrentava dificuldades, ficou prejudicado na pandemia. Além do afastamento de idosos e doentes crônicos, qualquer funcionário dos Correios que apresentar febre ou sintomas gripais precisa ficar em isolamento, sem trabalhar, por até 15 dias.

CONTAS VENCIDAS NÃO CHEGAM
Marlene Rodrigues Piccini Rorato, 63 anos, mora com o marido, de 93 anos, no Bairro Tomazetti e garante que há quase 70 dias não recebe correspondências em casa. Ela reclama que a situação já causou prejuízos. Além do valor gasto com táxis ou aplicativos para chegar até os Correios, na semana passada ela solicitou a presença de técnicos de uma empresa de telefonia, por acreditar que havia algum problema com a linha fixa. Na verdade, a linha havia sido cancelada por falta de pagamento. 

- Não tenho impressora e não tenho ninguém que faça as coisas de rua pra nós - explica a idosa, que já pediu ao filho, morador de Porto Alegre, para que pague algumas das contas da família pelo celular. 

Ela lamenta o problema, mas, na manhã desta sexta-feira, apesar do risco de contágio pelo Covid-19, preparava-se mais uma vez para ir até uma agência do Centro, na tentativa de retirar as cartas paradas. 

O QUE DIZEM OS CORREIOS
Em nota, a assessoria de imprensa dos Correios informou que "mantêm seus serviços seguindo as orientações governamentais, em especial do Ministério da Saúde, e observando as condições necessárias para que o trabalho seja realizado com segurança para os empregados e a sociedade. Em função do plano de ação implementado na empresa para o combate à propagação do coronavírus, foram dispensados do trabalho presencial os empregados que se enquadram no grupo de risco. Com isso, estão sendo realizadas adequações na operação e na prestação dos serviços. ". 

Sobre a situação de Santa Maria, a empresa disse que busca agilizar a entrega das correspondências. Para tanto, "as unidades de distribuição de Santa Maria também estão readequando seus processos de trabalho, realizando ações aos finais de semana e horas extras. Além disso, houve a contratação de mão de obra temporária", diz a nota. 

O QUE FAZER EM CASO DE ATRASO
A reportagem questionou a assessoria sobre quais medidas os clientes deveriam tomar caso registrassem problemas com a entrega da correspondência. A empresa respondeu que "para esclarecer dúvidas ou registrar reclamações, a população pode acessar o "Fale Conosco", no site www.correios.com.br, ou ligar para a Central de Atendimento aos Clientes dos Correios (CAC), pelo telefone 0800 725 0100 (de segunda à sexta-feira, das 8h às 20h, e nos sábados, das 8h às 14h, exceto em feriados nacionais.)." 

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